désir

Depois de dias sem se ver, desejando um ao outro com tanto anseio, ele o fez, a convidou e ela sem pestanejar aceitou, por mais que achasse que essa atitude não fosse digna, foi mesmo assim, pois havia prometido que sempre seria honesta consigo mesma.

Encontraram-se por fim, conversaram sobre coisas banais, coisas sem nexo, lembranças, alguns desabafos e lágrimas, enfim, deitaram no carro, abraçados como se fossem pedaços de um quebra-cabeça, procurando estrelas no céu, acariciando um ao outro com leves toques nos ombros e braços, apenas sentindo um o perfume e os batimentos do outro numa sincronia que por ora ate parecia melodia que alguma música romântica.

Enquanto palavras e risadas tomavam conta daquela atmosfera, seus olhos evitavam-se ao encontro, o que inevitavelmente aconteceu, então com seus olhos conectados foram tomando conta de seus movimentos, derrepente, enquanto uma mão passava pelo cabelo, seus rostos iam se aproximando devagar ao ponto de se tocarem, enquanto suas respirações tornavam-se uma só, onde só havia desejo, paixão, saudade, e seus batimentos cada vez mais acelerados, mãos tocando braços, cintura, tórax e pernas, seus pés se entrelaçando, uma confusão de sentimentos, felicidade, culpa e mais desejo, sussurros, respirações ao pé do ouvido, arrepios, mãos tocando com a ponta dos dedos os lábios recheados de vontade de se tocar.. mas não, seus lábios não se tocaram, não podiam, por mais que o desejo estivesse escorrendo dos seus olhos, não podiam.