sexta-feira, 10 de setembro de 2010

elle a souffert tout ce qu'il pouvait


Lá estavam eles, dentro de um carro, enquanto a chuva lá fora parecia não querer passar nunca, refletindo o quanto eles estavam cheios de si mesmos, ate parecia que aquela chuva eram suas lágrimas que não queriam mais parar de derramar.
O silencio inundava aquele carro seco, suas respirações eram tão fortes que todos os vidros do carro estavam embaçados onde eles só conseguiam ver as luzes de alguns carros que passavam, já era a segunda vez que ela se via naquela situação com ele, mas da primeira vez ela estava com os sentimentos muito mais aflorados.
Naquela noite haviam discutido pela terceira vez a única coisa que ela não desejava nunca mais discutir, que eram as saídas dele sem avisar, ela nunca ligou que ele saísse, mas se ele não a avisasse era imperdoável.
Ele por sua vez, estava de saco cheio, como uma criança quando sabe que errou, mas já que passou e não se pode fazer nada pra corrigir - na verdade - nem ele mesmo sabe se iria corrigir se tivesse chance.
Quando o silencio já havia se tornado tão insuportável e aquela conversa tinha que vir a tona, ela já não conseguia engolir, a verdade é que ela nunca conseguiu engolir nada, nunca conseguiu relevar nada, um dos maiores problemas do seu namoro na verdade um dos maiores problemas com ela mesma era saber aceitar os erros dos outros.
Não importa o que foi discutido naquela noite, porque o que foi dito ficou ali, ficou pra eles dois apenas, ela o aceitou mais uma vez como ele era, e ele como sempre estava muito certo de si, seguro do que queria que não conseguia enxergar que o problema também estava nele.
Logo depois de lágrimas, soluços, abraços e beijos, despediram-se, ele pensando que finalmente tinha feito-a entender o que era dele, sua essência, e ela por sua vez mais confusa do que nunca e talvez percebendo que o fim estava ali, mas que sua esperança e o seu amor não queriam deixar que ela enxergasse a verdade estampada e que todos à sua volta viam, mas não podiam opinar, porque afinal, ela teria que aprender sozinha.

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